Eram estranhos. Estranhos não dispostos a novas amizades. Carrancudos e frágeis.
Estranheza nascida de desafeto, pois não são só canetas que deixam marcas, talvez boas, mas geralmente más.
Perderam tempo esperando o tempo passar.
Todos sabiam que no fundo, eles estavam em perfeita harmonia, mas ninguém ousava falar.
Nem mesmo eles. Não novamente.
Ele sonhava com ela. Ela sonhava com ele.
Combinavam-se, mas não se mereciam.
Optaram por seguir suas vidas, e não seus sonhos.
Eram estranhos novamente: estranhos no olhar, estranhos no sentir, estranhos no viver.
Ambos na espera, de uma marca mais profunda que tinta guache, mais que uma caneta de tinta permanente, talvez uma tatuagem, que não se mova com o tempo.
Tudo isso, por que aprenderam que tudo tem um preço, mas que existe um real valor, que só cabe a cada pessoa atribuir.
Um dia descobrem que se pode seguir ambos: seus sonhos e suas vidas.
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