Albino na Lavina

Você chegou, Albino na Lavina.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Renascendo

Despertei-me sutilmente quase no fim daquela noite.

Senti uma brisa fresca entrar pela porta da sacada, o cheiro era uma mistura de maresia, perfume e tabaco.

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Eu estava ali, perdida entre os travesseiros, em algum lugar entre os sonhos e a realidade.

Ele apagou o cigarro em um cinzeiro de louça, praticamente inteiro. Eu sabia que fumar serviria apenas para completar o momento. Na verdade ele detesta o cheiro de fumaça nas roupas.

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Sentei-me na cama para admirar aquela cena.

Observei demoradamente cada detalhe. Ele permaneceu imóvel, a não ser por um sorriso leve e constrangido que seus lábios esboçaram por alguns instantes.

Seu corpo estava envolvido pelo brilho da lua cheia, que exibia-se no céu, ao fundo, contornando cada centímetro possível, como se ele pertencesse a ela. Mas hoje ele era meu, e ela sabia disso.

Sem que eu precisasse pedir, ele veio até mim, deu-me um beijo que fez meu coração parar. Depois disso eu comecei a morrer.

Mas antes que eu perdesse totalmente o controle, ele disse a única coisa que sempre me faz viver:

“Eu te amo” disse ele.

“Eu sei.” foi só o que eu consegui dizer.

A noite havia acabado e a vida estava recomeçando.

Optei por ignorar o fato de que logo ele iria embora.

Na verdade eu estava feliz, porque morrer de amor é fantástico, mas renascer para disputar o amor dele com a lua, é ainda melhor!


Fernanda Bortolom

20/01/2011

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