Albino na Lavina

Você chegou, Albino na Lavina.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Business das palavras

Havia um pequeno vendedor, de pequenas palavras, em uma pequena cidade.
Após tanto vender palavras, ele cresceu. Seu negócio produziu e rendeu. Acabou por transferir a sua vida para a cidade, pois lá poderia vender muito mais. Vendeu, vendeu e vendeu. Suas palavras hoje tomam conta do mundo.


No começo, ele tinha medo de vender algumas palavras - pois algumas pessoas não usavam-as com responsabilidade ou comprometimento. Indignos de tais.
Mas hoje, já não se importa mais tanto: eu apenas vendo. Não existe garantia de quem compre mereça-as.
"Te amo." é a que mais vende, afirma o empresário. 
Descobri algo interessante com esse trabalho, mas por favor, cá somente entre nós, para não diminuir minha clientela: essas palavras e definições, só complicam o que não é de complicar. Tudo isso, só um olhar iria demonstrar.
That's just business.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amar e mudar as coisas

Foi tudo assim - de relance esse romance. Um pouco fora do meu alcance, mas não quero perder mais uma chance. Tenho na certa que não é mais um lance. Na certeza que avance, sonho.
Não preciso mais de pessoas aleatórias, nem abraços, nem outras atenções, apenas da sua atenção e do seu coração.
Talvez seja por acaso, mas acredito na teoria, que tudo  tem um propósito - caso de certo, perfeito. Caso de errado, é mais fácil superar.
Que seja verdadeiro e não mais um calor da estação.

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Não me importo quão fofa ou linda ela é - importa-me o quanto ela me completa. Preenche esse vácuo que existia.
Que se for benigno, deixarei crescer até que tome proporções catastróficas e que me abale para nunca mais conseguir sair dessa benignidade. Se for maligno, bem, aposto que tenho anti-corpos de sobra para esse mal de amor.
Que toque o gongo. Hora de ir, e não mais voltar.
O tempo em que nada nos divide. Tudo tem motivo, e tudo é motivo pra mais.
É tudo assim, tão simples, tão de coração.
Que toque o gongo. Hoje de chegar, e não mais ir.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Carta de Alforria

Um ano e sete meses foi o que durou.
Um ano e sete meses foi o que não durou.
E não é por menos - tive mais tristezas do que felicidades. Mais pensamentos que textos. Mais textos que ações. Mais ações do que omissões.
Quanto mais escravo do sentimento, mais escrevia. Mais libertava. Ia escrevendo essa carta de liberdade, essa carta de alforria. A tempos - dias, meses, e um ano se passou.
Minha liberdade ainda não existente, e para não esquecê-la, volta e meia era torturado.


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O tempo que levei para receber minha carta de alforria foi de um ano e sete meses.
Não fiquei com marcas físicas de trabalho árduo. Mas talvez ao contrário dos escravos, cresci e amadureci.
Aprendi na marra, ninguém havia me falado sobre isso.
Talvez não aja sentido, mas na certeza que terá, deixo-me levar.
Hoje, um ano e sete meses depois, logo aviso - deixem-se ser algemados, mas tenham uma chave de reserva.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sonhos novos, velhos livros


Aquelas fotos ganhavam vida, por muito tempo a todo tempo.
Conversavam a noite inteira, sobre tudo - do dia, da noite, do tempo, da chuva, da vida.
Vovozinhas de saia-balão, e vovozinhos com charutos a tempos já haviam sido trocados, pelas crianças daquela família.  
Uma noite, sem sono, me pus sentado na cama e com a porta entreaberta, escutei um pedaço da conversa:
" - Tu sabes que não pode ser tão orgulhoso!
- Não sou orgulhoso, só tenho fé.
- Aprenderás meu amigo, não é por menos que me chamam de sábio! Tenho o conhecimento que você não tem. Minha inteligência é tanta, você não chega nem aos meus pés. Olhe só, como você fica agitado e inquieto, só sabe pulsar.
 - Você não entende? Eu não escolho, o amor que escolhe."
 Mas estive pensando, crianças não falam sobre isso.
Esses meus sonhos confundidos com folhas amareladas do velho livro, deixando-me sempre na dúvida.




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Penso, se era meu cérebro conversando com meu coração, ou aquele poema que li no fim da tarde com um misto do maré dos sonhos.
Tanto faz, só não aguento essa monotonia da escuridão com o silêncio.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Nada à toa


O velho que caminhava com dificuldade, sentou-se no mochinho, e veio para mais uma daquelas discussões que tanto agradava, não só a ele, como a seus netos, ansiosos por suas estórias que viravam histórias.
Já começava falando:
- As pessoas sempre nos marcam por uma razão, talvez por uma estação, ou por várias. O problema, é que nossas enormes expectativas, sonhos e planos nem sempre dão certo.
Lembro-me como se fosse antes: tanta briga, injustiça, dor e choro.
Meu lento caminhar, e minha voz embargada não são à toa. Aproveitei. Aprendi. 
Entendi que o melhor do relacionamento, é o que sobra.


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Meses depois da separação, a morte não total, mas quase, do sentimento, conversávamos totalmente felizes sobre nossos outros próprios relacionamentos infelizes e traumatizadores que sofremos, digo, vivemos. 
Mas logo notei - vai ver não foi tão infeliz assim. Agora tenho com quem contar, com quem falar, e rir literalmente de tudo. 
Ambos, tínhamos companhia para esperar a outra nova companhia, para vida toda. 
Na tristeza feliz, na espera do começo feliz.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De PP para M

Conheci uma menina.
Estou preso a ela.
Maldito seja o sentimento enfadonho e irreal que tenho por ela.
Cheguei a pé, atrasado e doído. Ela já tinha outros ombros para consolo.
Por que tem que ser assim. Assim complicado? Assim delicado? Assim errado?
Sei que não é mais uma. Sei que vai acabar como mais uma. O tempo vai passar.
Eu não vou chorar.
Eu mudei. Eu cresci. Já calço números maiores. A tempos passei do PP para M.
Novos olhos vermelhos: mais experientes e pacientes.
Sei onde posso pisar. Sei onde não posso caminhar.
Não vou interferir, irei guardando meus sonhos. Quando não houver mais espaço, quando transbordar, serei obrigado a ir atrás deles.

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Sei que sou apenas um M. Por que se fosse um GG, não me importaria tanto assim.
Mas acabo por aqui, por que ninguém gosta de textos longos.
Mas gostam de longas histórias, de amores reais, que passam de palavras e relatos de um estranho sonhador/inventor.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Além de Guache

Eram estranhos. Estranhos não dispostos a novas amizades. Carrancudos e frágeis.
Estranheza nascida de desafeto, pois não são só canetas que deixam marcas, talvez boas, mas geralmente más.
Perderam tempo esperando o tempo passar.
Todos sabiam que no fundo, eles estavam em perfeita harmonia, mas ninguém ousava falar.
Nem mesmo eles. Não novamente.
Ele sonhava com ela. Ela sonhava com ele.
Combinavam-se, mas não se mereciam.

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Optaram por seguir suas vidas, e não seus sonhos.
Eram estranhos novamente: estranhos no olhar, estranhos no sentir, estranhos no viver.
Ambos na espera, de uma marca mais profunda que tinta guache, mais que uma caneta de tinta permanente, talvez uma tatuagem, que não se mova com o tempo.
Tudo isso, por que aprenderam que tudo tem um preço, mas que existe um real valor, que só cabe a cada pessoa atribuir.
Um dia descobrem que se pode seguir ambos: seus sonhos e suas vidas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Conquistador barato


- Tá vendo aquele lá?
Ele é só mais um conquistador barato.

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Mas diferente dos outros baratos, ele era mais caro.
Importava-se com suas conquistas. Agora, no seu aprendizado, por via de regra se coloca em primeiro lugar.
Mas igualmente aos outros baratos, ele foi mudado e criado. Montado e carimbado na concessionária.
Impuseram-lhe o seu design, modelo e estilo de vida. Com ideias tão contemporâneas mas tão brutas.
E isso tudo para se adequar ao padrão. Seu funcionamento pode ser previsto no manual.
Mas só de precavido, já revistei minha nuca procurando o código de barras.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Remetente

Sou entregador de flores.
Não é nada de mais, mas existe um detalhe importante: não gosto de conversar. Convivo mas não converso. Apenas enxergo o mundo. Nem um oi, nem um tchau, nem nada.
Por isso entrego flores - faço isso sem falar.
Tóc tóc.
No bilhete dizia, "por que penso toda hora em você."
Volta e meia e continuar.
Tóc tóc.
No bilhete dizia, "para meu primeiro e último amor."

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNx1sDNm1pn9l2sFejh0bIjAfphHG-KIMK-Y0GFCXDXAmOMOStrHVxycqnYvlVp2tAxTGEl2vYbtw3hNc7hyt9Qd5GKsxuOvfCLfc_wG9IpMvDZNXQyMQwlUm-eihg94TFtXaoCIekjJ0/



















Seriedade na cara, risos histéricos por dentro: "como assim?  Como pôde escrever isso? Não se pode levar isto a sério."
Por isso ironizo. 
Por isso tenho recaídas de silêncio quase absolutos: me emudeço ao ver e ler tais afirmações.
Por isso entrego flores - faço isso sem falar.
Só entrego: vejo começos e términos. Vejo sentimentos e acontecimentos.
E tudo no meu mundo aparte, mudo e sem sentimentos.
E não é nada de mais, mas tem mais um detalhe importante: fico só no esperar por receber uma dessas surpresas, não pelas flores, mas pelo remetente.
Aliás, ninguém está pelas flores, mas sim pela caligrafia do bilhete.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Bússola e Mapa


- Deve ser algum engano, eu o conheço.
- Não houve engano.


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Ela levanta-se - do modo inverso ao que sentia por dentro, calmamente, e vai em sentido da outra mesa.
- Não posso. Você sabe.
Ele sabia, só queria ouvir dela.
- Sim, eu sei, só não podia acreditar. Perdoa-me, não queria lhe assustar.
Sua resposta o fez desmanchar, por dentro. Choro com soluço.
Fazia-o chorar, em pensar que foi em vão. E além do mais, como poderia esquecer tudo? Como poderia recuperar a voz de suas cantorias? Como poderia cantar as mesmas músicas sem pensar em tudo? Como poderia pagar a corrida?

Uma vez lido que o tempo não cura feridas sentimentais, mas sim o amor, só esperava. Já que não tinha como pagar, e apagar o passado. Orou.
Hora de queimar o mapa, quebrar a bússola, e de ruar por aí.

sábado, 20 de agosto de 2011

Mapa e bússola


Ao acaso.
Chances quase nulas. Onde o talvez prevalece.
Mas não pode ser tão complicado: estamos no mesmo mundo. Sob o mesmo céu, vemos os mesmos montes ao fundo.
Mas mais perto que isso - ocupamos a mesma via.
Tão perto, e tão distante.
Tentando ultrapassar, cruzar a linha. Forço o motor. Tento alcançar.
Vou andando. Vou rodando.
Tudo isso por que não sabe que és o motivo da minha cantoria. Desafinada, feliz e interminável canção.
Não consigo nem te perder, nem esquecer. Sei de onde veio, e aonde vai. Meu mapa é detalhado e pontilhado.


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmDAfJQpxiuNajBoON2AF0mfPJa-RtfWKpQJkjUGF_vMslyyk62DCI3u5f4t7v7hEAukQaZtoo5fqQqlDc2RUZ-7tngeO8WjrATvvWakqXT3UhcrWHkKK2lqtSbiWeL6xpgbdIiJYZ0GE/s1600/tumblr_lfdx08pYMI1qfcnyko1_500_large.jpg

Uma hora, talvez demore - você vai precisar parar para beber, comer e abastecer. Então, sem disperdiçar minha perene mas única chance:

- Com licença, o rapaz daquela mesa, pediu que lhe entregasse esse bilhete, e o café...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Esses mundos

No mundo vizinho ao meu, é estranho. Tem como padrão a frieza.
Uma frieza criada em laboratório. Experimentada em humanos, sem nem ao menos passar por testes em ratos.
Ingênuas pessoas: se ao menos tivessem visto como os ratos agiriam antes de dispersar a virose.
Em placas: o fim está próximo.
Gritos ao longe: estão criando monstros.
Murmúrios de perto: criaram monstros.
Todos acreditam, e continuam. Alguns até tentam salvar, mas, sozinhos na multidão.
Já vi morrerem outros mundos recem nascidos.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Milky_Way_galaxy.jpg
















Já vi outros desenvolverem. Alguns mundos particulares em que são imunes. Em que se mantem saudáveis. Ficam flutuando, como se fossem pequenos satélites naturais. Só observando de longe.

Criei meu mundo a algum tempo: fico preso nele. E por opção.
Pois eu que decido a temperatura dele - verão.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Começo. Meio. Final feliz.

- Estamos bem?
- Não se preocupe.
Não, ele nem respondeu. Sabia do futuro trágico. Mas tentou amenizá-lo. Mentiras sociais são válidas.
Tanto faz como foi: foi por amor. O que vem do coração é sempre certo. Precisa estar certo.
Sempre em frente foi o conselho que ele lhe deu. Ironicamente deixou ela sem escolha, fazendo-a regredir.
Corvos  já comiam há tempo esta coisa podre e velha. O amor desgastado e não alimentado, morreu. E de fome. Por desleixo.

Mas o fim vira começo. E logo aparece um outro curandeiro. Alguém com o dom da cura. Cura de graça. Mal de amor se cura com novo amor.
E dessa vez trate-o o melhor. Alimente-o bem para que quando ficar com fome, possa voltar, e que entenda que nunca deveria ter saído.
Que passe dia, semana e mês, e que não possa esquecê-lo. Que não possa perdê-lo. De novo.
Faço e repito isso sempre, por que gosto mesmo, é de finais felizes.

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Ou lava, ou joga fora. Ou lave-se, ou se jogue fora.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Canto a procura

Canto dos esquecidos.
Canto dos infelizes.
Canto dos poucos.
Canto dos humanos.

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Rodadores de mundo, a procurando o seu mundo, a sua vida.
A procura do raio de sol. Querendo ver o 'alguém' chegar.
Contando as horas para encontrar, seja lá o que for.
Aos que querem entender e compreender de que o mundo não é
feito sobre sua medida. Se eu pudesse entender a língua de que
falam. Se eu pudesse pensar como eles.
Continuo na busca de soluções.

Não tenho nada a temer, a estrada é longa e sinuosa. Sempre foi.
De negros dias estamos repletos.
Mas os negros dias, um dia, esclarecerão.
E com luz fica fácil de enxergar as respostas.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Li em um diário

Lembro-me da história que li em um diário certa vez:

"Dia D:

9: 25 -  Manhã comum. Sempre na mesma história: esperava uma resposta de alguém que não tinha resposta.

9:32 - Vi ela, e novamente  ela não tinha uma resposta. Esperei nem sei o porquê. Mas esperei. Esperei de mais.

9: 39 - Meia manhã: Observando ao longe, avistei ela indo para outra sala. Avistei ele indo para a mesma sala.

9:41 -  Tentei ver o que acontecia, mas amigos, conhecidos e pessoas que nem íntimo era, falavam: vamos lá fora?

9:41 - Notei que todas pessoas que sabiam da importância que ela tinha para mim, tentavam evitar que eu visse qualquer coisa.

9:43 - Não vi nada. Mas senti tudo. Não há nada a fazer. Lamentei no silêncio da gritaria aleatória que existia.

22:36 - Dormi com as lágrimas.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibEp69Mc7GYEXvHdk0qo7RTWUg3sukAkT35kqwhYtlVWwsia1X-trMf_nS__A6vkA8mSrWdKfRdlYh71C2lqMxP4gXtKsE7PYX2HhYkiitJwVf6B42MwL4NIdtWnFq7x_5i1I5tiAoBORy/s1600/dear-diary.jpg

Dia E:

14:48:  Não vi lucro nas lágrimas. Decido ser frio e indiferente."

Ocasionalmente ele lembra do passado, negando-o totalmente, e diz: lembro-me da história que li em um diário...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Circuito

Vivendo e se decepcionando.
Vivendo e se entristecendo.
Vivendo e aprendendo.

Aprendendo a ser feliz.
Aprendendo a não esperar de mais.
Aprendendo a valorizar quem merece.

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Merecendo ser mais orgulhoso.
Merecendo merecer.
Merecendo conseguir.
Conseguindo.

Consigo, ou tento de novo. Pois parado, ninguém fica.
Todo mundo arrisca, todo mundo vive.
Vive decepcionando. Decepcionando-me.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Frio

Meu carinho: morto pela falta de calor, companhia, atenção e compreensão.


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Mas esperança rebrotou.
Tão igual a uma folhagem, que morreu da geada, e renasce. Rebrota. Vive novamente.
Não culpo ninguém. Para todos existem os climas.
Só para constar: geada não cai, ela forma-se.
Não existe sutileza quando pessoas afastam-se. Nada acontece por acontecer.

As particularidades, e então, talvez, especificidade de ser sulista, mais frio. Mais morto.
E não suporto está frieza. Não consigo me manter aquecido.
Tão logo esfrio.
Tão logo congelo.
Mas na esperança, de que, sempre chegue a nova estação, vivifico.

"As vezes é preciso se acostumar com a ausência daquelas pessoas, 
que mesmo sem se despedir,
se vão."

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Epitáfio

O tempo passa,  mas não tão rápido quanto eu queria.
Quando fico só demais, só penso em funerais.
Preciso de uma conversa, uma risada, um abraço, um oi, um tchau.

Gosto de pessoas doces, quero minha vida de volta,
Fui amargurado, pela vida.

No palco da vida, sou um monólogo.
No meu roteiro, não tem final feliz.
Estou esperando, uma boa atriz, me fazer feliz.

Sempre tento melhorar, mas já canso de tentar.
A vida não para, e eu fico só sentado.
O tempo passou, e eu de cadeiras de rodas estou.

A beira da morte estou, tudo para mim falhou.
Cheio de arrependimentos, queria voltar no tempo.
Tento esquecer, minha vida infeliz. Pois bem, minha hora chegou.

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Gosto de pessoas doces, quero minha vida de volta.
Fui amargurado, pela vida.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pode até parecer fraqueza

Apesar da notícia, eu não consegui tirar o sorriso do rosto. Existia uma contradição enorme dentro de mim, um briga interna.
O meu amor pela pessoa era enorme. Queria ela só pra mim.
Mas pela primeira vez, me ocorreu que mesmo sem mim, eu queria que ela fosse feliz.
Estava me corroendo por dentro, mas não conseguia não mostrar os dentes.
Não era um sorriso falso. Era verdadeiro, um pouco doloroso, mas sincero.

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Compreendi que talvez fosse a primeira vez que amasse alguém.
Compreendi que por ama-lá, deixaria ela ser feliz. Claro, poderia ser diferente.
Não falarei para ela. Não falarei pra ninguém.
É apenas mais uma do amor. Caberá só a mim esquecer.
O que ganho, ou que perco, ninguém precisa saber.
Pode até parecer fraqueza, mas que seja fraqueza então.

Apenas mais uma de amor - Lulu Santos

terça-feira, 14 de junho de 2011

Artes Cênicas

Vivo do passado, vivo para o futuro, por que pelo presente não viveria.
Me coloco de pé, enquanto até ficar deitado era difícil.
De que penso, já não sei.
Pago por sentir. Preço injusto, caro de mais.
De como sou, sozinho. Um sozinho junto, o pior tipo de solidão, a solidão unida.
E é claro que sorrio, claro que gargalho, sou um ótimo ator. Sou falso.
E respondo tão bem, tão claramente e com empenho, que todo mundo jura que estou presente.


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Pelo menos sinto saudade do que passou, sinal de que o futuro,
que virou o presente invivido,
que virou passado,
valeu a pena, só não soube notar na hora certa.

domingo, 5 de junho de 2011

Pele de Vovô

Do mesmo modo que a pele, quando muito tempo em contato com a água, fica enrugada e frágil, com o sentimento é igual.
Ficamos muito tempo em contato com o sentimento, absorvemos de mais, e ficamos frágeis pelo excesso. Frágeis, nos machucamos com tamanha facilidade, cortamos, batemos e sentimos dor, que incomoda, que machuca.

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Tarde de mais para secar, o corte já está feito, a dor já existe. Cuidado insuficiente.
Hora de usar um band-aid, fecha-lo, e esperar sarar. Por melhor que fique, em relação a intensidade do corte e o modo de como você tratar, ficará a marca. E cada vez que alguém ver esse marca, perguntará: O que houve aí? E toda lembrança aparecerá. Bem, o corte, se não bem cicatrizado, abrirá novamente, a dor será a mesma.



Penso na possibilidade de economizar água, e me poupar o sofrimento.

"Água já penetrou, não adianta mais secar com pressa, espere a pele de vovô virar jovem novamente."

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Veja

"Um homem precisa viajar por usa conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFikAAGcxIsjP7vMn_ktMS-mmoCR6JLx1hU9RBuWP9VlM01JgKCoCpqo7hDpueXHy3j-DqWeWjc_xtrUNyXlcEP2-1Jh-JLNe5V0os8-O4El3bTEK7Wrb-Hcy8htfkKyMsUPuaBXAWB1o/s1600/dicas-viajar-sozinho.jpg

Conhecer o frio para desfrutar o calor e seu oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece e quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."

Amyr Klink

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aprenderei

Pois fiquei a muito tempo com a ideia de que amor é incondicional para todos.
Apaixonado pela ideia de que a paixão é viver com o coração batendo mais forte, por todo corpo, a flor da pele. Pela forma de que o tempo seja eterno com a pessoa amada, e é claro, deixar de lado a vida, para vive-la mais intensamente, não se importar com os danos, mas apenas ver a perfeição do momento que passamos, que passo, e que passaremos.

Pois bem, deveria ter notado que essa não é a vida que vivemos.
Deveria ter notado logo que sonhar é para sonhadores.
Pois achei que sabia dos fatos.
Mas a surpresa que tenho é: achar nem sempre é encontrar.

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-Tens um problema sonhador: sonhas com os olhos abertos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Experiência

-Vamos aos nossos testes:
-Como você está se sentindo hoje?
-Estou sentindo algo... hum... pesado dentro de mim, não tenho vontade de fazer nada, entende?
-Bom, suponho que esteja falando da tristeza, não?
-É, acho que é.
-O que mais?
-E eu sinto também que não tenho ninguém perto, mesmo estando rodeado de pessoas, sabe?
-Entendo, é da solidão que você fala. Olha, temos um belo progresso aqui. Mas está bem, amanha conversamos de novo.

-Senhor, a experiência com os macacos de humanizá-los está dando exatamente como pensamos. Estão realmente se habituando a sociedade.

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domingo, 22 de maio de 2011

Pretérito imperfeito

Ele aprendeu que o melhor remédio para a desilusão é o tempo, e que rirá histéricamente no futuro, do tempo passado, do teu sujeito que éras um otário no pretérito.
Hoje, com o fenecimento da suposta perfeita relação, pois o pronome pessoal da terceira pessoa do singular no modo indicativo feminino dizias que o pronome pessoal da segunda pessoa do singular do modo indicativo masculino era um ignóbil, insolente, mesquinho e omisso, e nem fazia ideia por que razão havia dilapidado seu precioso tempo com uma pacóvia pessoa do tipo.
Estando no presente, ainda sofre, mesmo sabendo que seu passado é cômico apesar de tudo, e de seu bom futuro ainda sofres. Mas entendes, que passará.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiApXYp03HfBGS7bACefBQdx_GvAveFoss1NlU404ucaA_gfLTdmmO3QjZPnkbKO2UI3cmf-YM5V_oGghIzOqs8D9tChOhB_iq9GtB_-yslTT_Aiyfmdvvkq7d48ViNGeParlNDHYQp9tc/s1600/letras-blog.jpg

É tão mais difícil escrever desse modo, mas tão mais fácil de ler, pois não se entende emoção alguma do que ele passa.
Ironia, até na gramática, no português mais difícil a vida parece menos dolorosa.
Ta aí, vou virar um sábio escritor, quem sabe não sinta tanto.
Quem sabe eu viva mais.
Quem sabe.

"Pretérito imperfeito: expressa o passado inacabado, um processo anterior ao momento em que se fala, mas que durou um tempo no passado, ou ainda, um fato habitual,diário."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pedido


Por meio deste venho requerer um novo músculo cardíaco, vulgo coração. Que músicas não interfiram na velocidade de suas batidas. Que nomes não o apertem. Que ele seja indiferente ao passado. Apenas batendo pelo agora, e pelo que há de vir.

Diga a verdade ao menos uma vez na vida.http://3.bp.blogspot.com/_uv_3mvDrrmY/TFGjFEg7JBI/AAAAAAAAACA/2vBGg-BBaQk/s1600/coracao_vivo.jpg

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eu tenho o poder

Tão engraçado quando é dado o poder de decidir algo, mas pela falta de prática e de senso, é tomada a decisão errada.
Quando com os outros é sempre mais fácil para nós, de criticar, avaliar e ver. Quando é com nós é sempre mais fácil para os outros.
Tomar dores dos outros, mas não saber lidar com a própria.
A tensão de saber que irá sofrer as consequências afeta.
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Tenho o poder, mas não a força.

Na balança a razão, consciência e bom senso, já pesa mais que o sentimento, mas apenas por que ele já foi desvalorizado. Que nem uma moeda desgastada por falta de investimento, por falta de confiança de que rendera.
A razão prevalece. Sentimento endurece. A vida acontece.
Peço desculpas, pela razão.
Mas lamento, pelo sentimento.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Entrevista

O que é medo para você?
- Algo que me deixa apreensivo, mal e evito de todo modo.

De que tem?
- Do amor. Não por ser apenas padrão dizer isso, mas cada vez que me relaciono com uma pessoa, sofro, por um, dois, três, quatro motivos. Não preciso dizer que não dura né? Ou nem começa realmente, o amor platônico, mas nem falarei dele.

O que faz para superar?
- Nada. Sou frio.

Ok, obrigado senhor.. senhor?
- Senhor.



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domingo, 24 de abril de 2011

Cada um na sua

Uns se cortam.

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Outros gritam.

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Outros choram.


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Outros brigam.

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Outros escrevem.
Deixe-me nessa válvula de escape. Ela salva muitas pessoas de gritos, choros, brigas.
Palavras tem o mesmo poder de machucar, como aliviar.
Malditas palavras, vazias ou cheias. Malditas.
Com certeza significam mais pra quem escreve, do que pra quem lê.

Cecília Meireles 2

Irrealidade

[...] Se me pergunta
pessoas, datas,
pequenas coisas
gratas e ingratas,
cifras e marcos
de quando e de onde
- a minha fala
tão bem responde
que todos crêem
que estou na sala. [...]


http://www.magopaco.com/wp-content/uploads/2009/09/Nao-tenho-nada-com-isso-1.gif

1

Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.
Tive medo de enxugar: para não saberes que havia caído.

No dia seguinte, estava imóvel, na tua forma defitiva,
modelada pela noite, pelas estrelas, pelas minhas mãos.

Exalava-se de ti o mesmo frio do orvalho; a mesma claridade da lua.

Vi aquele dia levantar-se inutilmente para as tuas pálpebras,
e a voz dos pássaros e das águas correr,
- sem que a recolhessem teus ouvidos inertes.

Onde ficou teu outro corpo? Na parede? Nos móveis? No teto?

Inclinei-me sobre o teu rosto, absoluta, como um espelho.
E tristemente te procurava.

Mas também isso foi inútil, como tudo mais.


E agora, como saberemos se ele morreu ou se teve um coração partido. Óra, é a mesma coisa.

sábado, 23 de abril de 2011

A pessoa

E quando a pessoa faz tudo para ser notada,
Quando a pessoa passa por ridículo e é ignorada?
E quando a pessoa não faz nada,
tão pouco faz questão para ser visto, e subitamente é atraído por vários olhares?
E quando a pessoa que querias que te notasse, é quem tu gosta, é apaixonado,
amas?
Se ela não lhe nota, corra, mas pra bem longe pessoa. Quando cansar, vai estar cansado de mais para pensar nela, vai pensar em si finalmente, nem que seja para avaliar os calos.
Os calos sararão, e adianta dizer para não repetir o erro? Não, mas direi: não repita o erro pessoa.


Passa dia e noite e a pessoa pergunta-se, se valeu a pena, e começa tudo de novo.
Conheço um monte de pessoas que fazem isso.
Mas vá de pés descalços, para realmente criar calos.
Da próxima vez, vou descalço, prometo.

'Bom dia sol nascente
Eu vim pra contar minha triste história
Minha garota me abandonou
Numa estação de trem'


Sob o céu de blues - Os Casvavelletes


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cecília Meireles 1


Retrato


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas,
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Seja qual foste o espelho, não adianta procurar nunca acharas, lamento.


Encomenda

Desejo uma fotografia
como esta - o senhor vê? - como está:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.

Alguém poderá vir ocupá-lo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Se for amor

Amor , amar , paixão , amizade , felicidade , ódio , fôlego , química ,
sentir isso em alguém , não seria a perfeição e sim a realização de um sonho .
Cada segundo que estamos com alguém querido , amado , adorado , percebemos
que nada alem da presença dessa pessoa pode te deixar satisfeito. Fazer o
seu coração bater mais forte ou só fazer você estar calmo , calmo o suficiente
para esquecer todos os problemas .
Quando encontrar alguém assim for fácil , beije-o , ame-o , faça-o feliz
do mesmo modo que ele te fez feliz .
Seja feliz com quem te faz feliz , e não com quem só esta sendo gentil algumas vezes.
Amar é necessário , tão necessário quanto respirar . Então por que amar é tão difícil ?
Só pelo prazer que a vida tem em nos fazer sofrer ou para dar a emoção de
algo novo a cada dia ? para termos vontade de viver ? para podermos estar
sempre com um futuro radiante , com uma vida radiante mas sem um amor?


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Amar é necessário , mas é complicado. Cada dia uma nova aventura ,
cada dia um novo começo , cada dia uma nova vida . o amor é assim .
é o novo . se não houver algo novo , nós não precisaríamos amar.
Não precisaríamos viver , não precisaríamos estar a cada instante
com algum preocupação. Por que querendo ou não , o amor sempre
envolve milhares de preocupações.


Ana Paula Pustay.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mário Quintana 3

Clarividência

O poema é uma bola de cristal. Se apenas enxergares nele o teu nariz, não culpes o mágico.

É, essa foi pra ti ó.


Raios & trombetas

Pergunto-me por que o uivar de lobos, os trovões, os raios constituem o pano de fundo para as cenas de horror. Pois, quando o medo é muito, faz-se um silêncio na alma. E nada mais existe. [...]
Os grandes momentos dispensam rabos-de-pandorga, tão do agrado de Cecil B. de Mille, que fez a História uma espécie de filme carnavalesco. Não é que, no seu caso, a história não fosse bem contada: foi bem contada demais.


Germinal

Planto
com emoção
este verso em teu coração.


http://gersonwiech.files.wordpress.com/2011/03/germinando.jpg


A minha vida foi um romance

"A minha vida foi um romance", diziam, depois de uma pausa e um suspiro, aquelas velhinhas que apareciam antigamente nos lares a vender rendas e bordados. Não sei por que os de casa desconversavam. Por sinal que anos depois escrevi, para as consolar postumamente, um poema que começava assim: "Minha vida não foi um romance"...
Não, a vida nunca é um romance: falta-lhe o senso da composição, o crescendo que leva ao clímax. Tudo acontece tão sem lógica e sem preparo que os seus golpes nos deixam atônicos mas de olhos secos, como se fôssemos heróis, nós que enxugamos furtivamente os olhos no escuro das salas dos cinemas - só por que o diretor do dramalhão soube desenrolar devidamente o filme.

Quero conhecer um diretor que saíba.


Perguntas & respostas

Paciente que sou de entrevistas, muita vez atendo a perguntas das mais estapafúrdias.
- Por que está escrevendo à mão? Por que não usa a máquina?
- Porque o tic-tic, o toc-toc ou o pue-pue da máquina me picota a cuca.
[...]
Outra pergunta, às vezes feita por consulentes mais crescidas:
- Mas por que o senhor não casou?
- Porque elas fazem muitas perguntas.[...]

Precisa dizer mais alguma coisa? Sim, o homem não nasceu para ser sózinho.

sábado, 16 de abril de 2011

O problema é que

O problema da suposição é quando acertamos ela, e o acerto, era tudo aqui que não queríamos.
O problema da solidão é a companhia. O problema companhia é a solidão.
A solidão acompanhada a alguns centímetros de distância, pessoas que não preenchem o espaço, o lugar que é preciso encher.
Cada vez que sorrio, não quer dizer que estou feliz, só quer dizer que eu sorri.

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Cada vez que digo que estou bem, não quer dizer que estou bem, mas que não quero que você saiba, mesmo querendo muito que você se importasse comigo.
O problema é que nunca é como queremos.
Ou é apenas a solução.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mário Quintana 2

História natural

O homem é um bicho que arreganha os dentes sem necessidade, isto é, quando nos sorri.

Mas é o único bicho que tem amigos, talvez falsos, mas tem.


Loteria

A loteria - ou o jogo do bicho, seu filho natural - jamais engana. Porque a gente não compra bilhete: compra esperança.

E perde-á na mesma hora que vê que não ganhou.


Libertação

A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos...

Sem sujar, sem chulé, sem chingar, sem vida.



A vida

Mas se a vida é tão curta como dizes, por que é que estás me lendo até agora?

É, por que?


Madrigal

Ponhamos as coisas no devido lugar. Eu não faço versos a ti: eu faço versos de ti...

Por isso que é tão legal.


Vida social

O gato é o único que sabe manter-se com indiferença num salão. As outras indiferenças são afetadas.

Moral da história: vire um gato, ou gata.




Vovozinha

Morreu a nossa vovozinha Agatha. Tão ultrapassada... Morreu sem saber que as histórias de crimes que ela contava para nosso horror, no mundo inacreditável de hoje, eram histórias de fadas...

Deixa eu adivinhar: ela, vó Agatha, não era da Lavina.

Nostalgia

De vez em quando a velha memória tira uma coisa do seu baú de guardados. Hoje, está canção de um carnaval antigo:

" O meu boi morreu!
Que será de mim?"

Até vai brotar um poema. Sim...

O meu boi morreu...
Quem me cortará agora as unhas da minha mão direita?!

Não precisa fazer sentido. As vezes, 1+1=3.
Perversidade

Alguém me disse, com voz embargada, que agora, sim, estava convencido da existência de Deus, por que os trabalhos psicografádos de Humberto de Campos eram evidentemente dele mesmo.
- Mas isso não prova a existência de Deus... Prova apenas a existência de Humberto de Campos.

Na verdade isso não prova a existência de nenhum. Fé.

Um velho tema

Há mortos que não sabem que estão mortos - eis um velho tema desses relatos fantásticos ou fantasmais que agente lê sem cansar nunca. Como se não houvesse coisas muito mais impressionantes em nosso próprio mundo! Uma história, por exemplo, que começasse assim: há vivos que não sabem que estão vivos...

Então, não sei por que pocilgas ainda é 'obrigatório' ler o Memórias Póstumas do Brás.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Outono

Qualquer estação é mudança, mas outono tem algo a mais, ou amenos. Relativo.
Conforme as folhas caem, os sentimentos afloram, e estamos falando do outono.
Conforme o frio vem, o calor humano vem junto.
Chapéus voam, pessoas que buscam, já voltam diferentes.
E se tiver alguém, que gentilmente pegue o chapéu para você, ganhou a estação.

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Uma verdadeira lástima, é que existem mais estações.
Logo se perde novamente a estação, em conjunto com os chapéus voando, e pessoas gentis que correm, buscam, pegam para você.
Ironico, mas a cada estação que passa, não temos mais a estação, temos todas em uma só, porém, o mais ironico é que cada vez temos mais as outras, e menos o outono.
Logo, a cada estação, temos menos sentimento, menos calor humano, e menos pessoas buscando chapéus.
Viver com essas estações é complicado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Mário Quintana 1

Intenções

Os que andam com segundas intenções não conseguem enganar ninguém. Está na cara... O perigo mesmo - porque é invisível - está nos que têm terceiras intenções.

E, nas quartas, quintas, sextas inteções.


Compensação

E quando o trem passa por esses ranchinhos à beira da estrada, a gente pensa que é ali que mora a felicidade...

Bons tempos em que se poderia andar de trem quando estivesse a procura da felicidade. Hoje, estamos a pé, e a pé, tudo é mais demorado e cansativo.


Da verdadeira possessão diabólica

Ele não é própriamente o Espírito do Mal. O mal, tu bem sabes que já tem sido praticado, ao correr da História, com os mais sagrados desígnios. E o que nos assinala e caracteriza os servos do Diabo, neste nosso inquieto mundo, não é especificadamente a maldade: é a indiferença.

É, pode ser, eu não ligo.


Urbanística

Essas vilas de arrabalde com os seus jardins bem arrumados, bonitinhos, comportadinhos... Mas por que não a liberdade de um matagal selvagem? Por que não deixam ao menos a natureza ser natural?

Não deixam um matagal selvagem crescer por que ele é selvagem. E vivemos em uma sociedade que não admite selvagismo. Não admite?



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Suspense

Depois que o orador oficial deu conta do seu discurso, há um momento de atroz suspense. É quando o presidente da mesa, como quem não quer nada, ergue-se e diz, sadicamente: Se alguém mais quiser fazer o uso da palavra...

Depois de várias hóras de explicações, o professor de matemática, como quem não quer nada, diz sadicamente: Alguém tem alguma dúvida?


Intérpretes

Mas, afinal, para que interpretar um poema? Um poema já é uma interpretação.

O que ele quis dizer com isso é que...


Da conversação

Se, como visitante, estiveres metendo a ronca em alguém e te lembrares de súbito de que a vítima é parente da família, tanto melhor, meu caro! Eles adorarão a coisa...

Se for sobre sexo, traíção e pensão, melhor ainda.



Change 2

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segunda-feira, 28 de março de 2011

Change

Era um pouco frio, puxei a edredom para mim.
Logo me senti confortável.
Meu colchão não era o melhor, meu travesseiro com o peso da cabeça, logo estava amassado e ruim.
Bichinhos da luz zuavam por ali. Nunca foi perfeito.
Estava com frio, peguei o edredom.
Estava frio, procurei outro lugar, com mais calor, com mais opções para me aquecer, e ficar confortável.
O colchão continuou duro, o travesseiro já afundava, mas era o melhor que poderia ter.
As vezes ainda escutava alguém gritar, mas logo silenciava.
Logo, tão logo, com pesar, já era hora de levantar.


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Para tornar a vida mais fácil, precisamos mudar.
A mudança, as vezes imperfeita, se dá pela urgência e necessidade de novidade e adaptação da vida.
E essa é a vida, dura, desconfortável, nunca é perfeita pra quem não sabe se acostumar com pequenas imperfeições, pra quem não sabe viver.
E pra quem não sabe viver, existe a morte. O complicado é que precisamos mudar antes dela.
Saber mudar, e saber lidar com ela, não é fácil, é preciso ter o dom.
Se estiver frio, pegue o edredom. Se estiver ruim, mude.
Go! Change.


A mudança só se dá na continuidade - Miguel Unamuno

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma ida nessa vida

A história do: "Talvez, eu só precise de férias, um porre e um novo amor.", não é mais suficiente.
Preciso só de férias, de vários porres de vários amores.
Preciso ter o que fazer, preciso ter o que comer.
Preciso ter o que conversar, com quem conversar.
E essa falta de tudo, me destrói.

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Necessito me construir a cada dia, tijolo por tijolo.
Aceitando doações de sorrisos, carinhos, um abraço de lá, que serve de cimento, e assim vou.
Depois de novamente construído, vou fazer doações.
Vou ajudando, até que preciso de ajuda de novo. Vou a campanha de sorrisos.
Mas nunca era como antes, nunca será.
E nesse circulo vicioso sigo. Sigo louco para quebra-lo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O que é? O que é?

Você está em quase todos os contos, histórias, estórias, causos, discursos e falas.
As vezes é bom, mas quase sempre é ruim.
Machuca e cicatriza.
Ela pode ser medida, como também pode ser psicológica.
A psicológica é a pior, e a mais ridícula, ela pode até ser meio opcional, o que torna muito mais decepcionante.
A medida é a pior, e a mais sofrida. Não é opcional, se for opcional, provavelmente o sofrimento será maior.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Another_Place3_edit2.jpg

E eu falo, é da distância e da saudade.
A relação do bom e passado, combina perfeitamente com saudade, escrevendo, mas vivido isso, não digo o mesmo.

"Quem inventou a distância, não sabia o que era saudade.''

quarta-feira, 9 de março de 2011

Joãozinho



Depois de passar um fim de semana maravilhoso com amigos felizes e especiais, Joãozinho estava com problemas, ele sentia falta dos amigos, das felicidades e das perfeições.
Joãozinho não conseguia se acostumar, era sempre do mesmo geito, poucos dias especiais, e outros, bem, outros eram apenas outros dias, tediosamente normais.
Joãozinho não entendia por que apenas não poderia inverter isso, ser feliz todos os dias, e não apenas em alguns fins-de-semana.




Joãozinho estava com problemas, estava infeliz com isso, e precisava mudar isso, mas não sabia o que fazer.
Não sou de ter pena, mas do Joãozinho, eu tenho pena.
Mal sabe ele que tem pessoas, em dificuldades muito maiores, mas egoísmo faz parte do processo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Aumenta o som

Nada mais inspirador que a música!
Passo todo meu dia escutando música. Nada melhor, nada pior.
Pode salvar seu dia, ou estragar.
Pode fazer você lembrar de um bom tempo que passou com alguém, ou de algum lugar.
Pode fazer você lembrar de um mal momento que não gostaria de lembrar.
Se você não estiver bem, uma música triste, lhe fará se sentir muito mal.
Se você não estiver bem, uma música , fará você, talvez apenas por alguns instantes, mau.


http://www.ipcg.org.br/ipcg/i_wp/musica.jpg


Um reggaezinho para ficar naquela...
Um rockzinho para ficar naquela...
Um samba para ficar naquela...
Um soul para ficar naquela...
Um gospel para ficar naquela...
Uma eletrônica para ficar naquela...
Um rap para ficar naquela...
Um blues para ficar naquela...
Um pop para ficar naquela...
Enfim, qualquer música, qualquer ritmo, qualquer levada, qualquer puxada, qualquer gosto.
Somos livres para pensar o que quisermos, livres para escutar o que queremos.
Pensamento é pensamento e se discute.
Gosto é gosto e se discute.


"A música é o remédio da alma triste." Walter Haddon

"O vaso dá uma forma ao vazio e a música ao silêncio." Georges Braque