Albino na Lavina

Você chegou, Albino na Lavina.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Business das palavras

Havia um pequeno vendedor, de pequenas palavras, em uma pequena cidade.
Após tanto vender palavras, ele cresceu. Seu negócio produziu e rendeu. Acabou por transferir a sua vida para a cidade, pois lá poderia vender muito mais. Vendeu, vendeu e vendeu. Suas palavras hoje tomam conta do mundo.


No começo, ele tinha medo de vender algumas palavras - pois algumas pessoas não usavam-as com responsabilidade ou comprometimento. Indignos de tais.
Mas hoje, já não se importa mais tanto: eu apenas vendo. Não existe garantia de quem compre mereça-as.
"Te amo." é a que mais vende, afirma o empresário. 
Descobri algo interessante com esse trabalho, mas por favor, cá somente entre nós, para não diminuir minha clientela: essas palavras e definições, só complicam o que não é de complicar. Tudo isso, só um olhar iria demonstrar.
That's just business.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amar e mudar as coisas

Foi tudo assim - de relance esse romance. Um pouco fora do meu alcance, mas não quero perder mais uma chance. Tenho na certa que não é mais um lance. Na certeza que avance, sonho.
Não preciso mais de pessoas aleatórias, nem abraços, nem outras atenções, apenas da sua atenção e do seu coração.
Talvez seja por acaso, mas acredito na teoria, que tudo  tem um propósito - caso de certo, perfeito. Caso de errado, é mais fácil superar.
Que seja verdadeiro e não mais um calor da estação.

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Não me importo quão fofa ou linda ela é - importa-me o quanto ela me completa. Preenche esse vácuo que existia.
Que se for benigno, deixarei crescer até que tome proporções catastróficas e que me abale para nunca mais conseguir sair dessa benignidade. Se for maligno, bem, aposto que tenho anti-corpos de sobra para esse mal de amor.
Que toque o gongo. Hora de ir, e não mais voltar.
O tempo em que nada nos divide. Tudo tem motivo, e tudo é motivo pra mais.
É tudo assim, tão simples, tão de coração.
Que toque o gongo. Hoje de chegar, e não mais ir.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Carta de Alforria

Um ano e sete meses foi o que durou.
Um ano e sete meses foi o que não durou.
E não é por menos - tive mais tristezas do que felicidades. Mais pensamentos que textos. Mais textos que ações. Mais ações do que omissões.
Quanto mais escravo do sentimento, mais escrevia. Mais libertava. Ia escrevendo essa carta de liberdade, essa carta de alforria. A tempos - dias, meses, e um ano se passou.
Minha liberdade ainda não existente, e para não esquecê-la, volta e meia era torturado.


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O tempo que levei para receber minha carta de alforria foi de um ano e sete meses.
Não fiquei com marcas físicas de trabalho árduo. Mas talvez ao contrário dos escravos, cresci e amadureci.
Aprendi na marra, ninguém havia me falado sobre isso.
Talvez não aja sentido, mas na certeza que terá, deixo-me levar.
Hoje, um ano e sete meses depois, logo aviso - deixem-se ser algemados, mas tenham uma chave de reserva.