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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Carta de Alforria

Um ano e sete meses foi o que durou.
Um ano e sete meses foi o que não durou.
E não é por menos - tive mais tristezas do que felicidades. Mais pensamentos que textos. Mais textos que ações. Mais ações do que omissões.
Quanto mais escravo do sentimento, mais escrevia. Mais libertava. Ia escrevendo essa carta de liberdade, essa carta de alforria. A tempos - dias, meses, e um ano se passou.
Minha liberdade ainda não existente, e para não esquecê-la, volta e meia era torturado.


http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/abolicao-da-escravatura-no-brasil/imagens/abolicao-da-escravatura-no-brasil-23.jpg


O tempo que levei para receber minha carta de alforria foi de um ano e sete meses.
Não fiquei com marcas físicas de trabalho árduo. Mas talvez ao contrário dos escravos, cresci e amadureci.
Aprendi na marra, ninguém havia me falado sobre isso.
Talvez não aja sentido, mas na certeza que terá, deixo-me levar.
Hoje, um ano e sete meses depois, logo aviso - deixem-se ser algemados, mas tenham uma chave de reserva.

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